Alunos do IFSC Câmpus Jaraguá do Sul-Centro denunciam professor por falas transfóbicas e homofóbicas durante aula
Data de Publicação: 9 de maio de 2025 22:44:00 Estudantes do IFSC Jaraguá do Sul-Centro denunciam condutas transfóbicas e homofóbicas de professor. Grêmio publica nota de repúdio e direção do câmpus se manifesta oficialmente.
Grêmio Estudantil publica nota de repúdio e estudantes relatam episódios anteriores envolvendo o mesmo docente.
Direção do câmpus afirma que apura o caso e repudia qualquer forma de discriminação.
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Na manhã desta sexta-feira, 9 de maio, o Grêmio Estudantil do IFSC Câmpus Jaraguá do Sul-Centro publicou em suas redes sociais uma nota de repúdio denunciando condutas transfóbicas e homofóbicas supostamente praticadas por um professor da instituição durante uma aula da disciplina "Processos Industriais 2", ocorrida no dia 8 de maio de 2025.
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Segundo o documento, o docente, cuja identidade não foi revelada, teria proferido falas ofensivas à comunidade LGBTQIA+ ao afirmar que "pessoas transgêneras são malucas de modo inimaginável por quererem tirar seu pênis", completando que “se nasceu homem, vai morrer homem”, independentemente de vestimenta ou identidade de gênero.
Além disso, o professor teria citado, em tom pejorativo e desrespeitoso, uma colega servidora trans do mesmo câmpus, dizendo “não é normal aquela ‘coisa’” e “batendo no peito” para reafirmar sua postura preconceituosa.
Ele também teria feito perguntas invasivas e constrangedoras a estudantes, como: “mas você não vai querer tirar seu pênis, né?”, gerando desconforto generalizado.
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Nota de repúdio do Grêmio Estudantil denuncia falas transfóbicas, homofóbicas por parte de um professor do IFSC Jaraguá do Sul-Cento | Reprodução |
Estudantes denunciam ambiente hostil e silêncio institucional
A nota do Grêmio também destaca que houve constrangimento entre os alunos, especialmente os da comunidade LGBTQIA+, e denuncia o comportamento do docente como uma grave violação aos princípios de ética, respeito e à legislação brasileira.
Nos comentários da publicação, outros estudantes relataram situações similares envolvendo o mesmo professor.
Uma aluna relembrou um episódio de 2024, durante uma discussão em sala sobre a jornada de trabalho 6x1, em que o docente fez comentários ofensivos como “não estuda quem não quer” e “é fácil ser rico hoje em dia”.
Ao utilizar sua mãe como exemplo de quem teve que abandonar os estudos por necessidade de trabalhar, ouviu do professor: “sua mãe não estudou porque não quis”.
Após denunciar o ocorrido ao setor pedagógico da escola, a aluna e suas colegas foram orientadas a não comentar o caso com ninguém.
Na aula seguinte, elas relataram terem sido tratadas com desprezo e alvo de indiretas por parte do docente. Segundo uma delas, “o nível de ignorância e falta de empatia é inacreditável”.
Esses relatos reforçam a preocupação dos estudantes com o que parece ser um padrão de comportamento discriminatório, diante do qual, segundo eles, faltaram ações efetivas por parte da instituição em ocasiões anteriores.
Comunidade se manifesta: “Processo administrativo já!” Diversos ex-alunos e docentes também se manifestaram nas redes, compartilhando experiências passadas com o mesmo professor e criticando a suposta omissão do IFSC diante de denúncias semelhantes.
Um dos comentários mais contundentes foi de uma ex-estudante: “Espero que esse processo não seja engavetado como foi na época em que eu era estudante, quando denúncias de racismo, machismo e homofobia resultaram apenas em mudança de câmpus do servidor.”
Outra ex-aluna e atual professora formada pelo IFSC destacou:
“Há plenas condições de se educar sobre esses assuntos na própria instituição em que se leciona. Fica a sugestão de assistir às aulas das disciplinas pedagógicas da licenciatura.”
Nota oficial do IFSC: instituição afirma que apura o caso
No mesmo dia, a Direção-Geral do Câmpus Jaraguá do Sul-Centro divulgou nota oficial em seu site e nas redes sociais, informando que está ciente da denúncia e que repudia toda e qualquer forma de discriminação.
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O IFSC Jaraguá do Sul-Centro se manifesta sobre a denúncia e reforça seu compromisso com o respeito, a diversidade e a apuração dos fatos. | Reprodução |
“Repudiamos qualquer forma de discriminação, preconceito ou desrespeito à dignidade humana, reafirmando nosso compromisso com os princípios de inclusão, diversidade e respeito”, diz o comunicado.
A nota também reforça que o IFSC conta desde 2023 com uma Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e às Demais Violências, que abrange tanto servidores quanto estudantes.
A direção convida a comunidade acadêmica a utilizar os canais oficiais de denúncia, como a ouvidoria, para o envio de relatos, garantindo que todas as informações recebidas serão tratadas com seriedade, responsabilidade e transparência.
A instituição encerra reafirmando seu compromisso com os direitos humanos e a criação de um ambiente escolar seguro, acolhedor e respeitoso.
Caminhos a seguir
O caso mobilizou estudantes, ex-alunos e servidores e acendeu novamente o debate sobre o papel das instituições de ensino na proteção de seus alunos contra a violência e o preconceito, sobretudo em espaços que deveriam ser de acolhimento e construção do conhecimento.
Agora, a expectativa é que o IFSC leve adiante a investigação com rigor, transparência e escuta ativa, garantindo que denúncias como essa não sejam silenciadas, minimizadas ou ignoradas.
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