Os preços dos alimentos e combustíveis seguem em alta e refletem diretamente na inflação. Em março de 2025, o preço do ovo subiu 19,4% no mês, enquanto o café teve um aumento de 72% nos últimos 12 meses.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que monitora essas variações, mostra as maiores altas de março, com destaque também para itens como gasolina, tomate e cinema.

Variação mensal dos preços em março:

• Gasolina: +1,83% (impacto de 0,1 p.p. no IPCA-15)

• Ovo de galinha: +19,44% (impacto de 0,05 p.p. no IPCA-15)

• Café moído: +8,53% (impacto de 0,05 p.p. no IPCA-15)

• Passagem aérea: +7,02% (impacto de 0,05 p.p. no IPCA-15)

• Cinema, teatro e concertos: +7,42% (impacto de 0,03 p.p. no IPCA-15)

• Tomate: +12,57% (impacto de 0,03 p.p. no IPCA-15)

• Plano de saúde: +0,57% (impacto de 0,02 p.p. no IPCA-15)

• Refeição: +0,62% (impacto de 0,02 p.p. no IPCA-15)

Entre os itens com maiores aumentos em março, o ovo se destaca com uma variação significativa de preço, representando um impacto considerável no bolso do consumidor. A gasolina, com alta de 1,83%, também contribuiu para o aumento do custo de vida.

Maiores altas acumuladas nos últimos 12 meses:

• Café moído: +72,02%

• Tangerina: +46,44%

• Joia: +30,13%

• Laranja-lima: +29,79%

• Óleo de soja: +26,73%

• Alho: +26,37%

• Acém: +26,26%

• Patinho: +23,51%

• Abacate: +22,89%

• Costela: +22,48%

• Cigarro: +22,14%

Em um período de 12 meses, o café lidera as altas, com um impressionante aumento de 72%. Além disso, carnes como acém, patinho e costela apresentaram variações de mais de 20%, afetando principalmente as famílias que dependem de cortes de carne para sua alimentação diária.

Inflação supera a meta do governo

Nos 12 meses até março, o IPCA-15 acumulou uma alta de 5,26%, ultrapassando a meta de inflação do governo, que é de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O aumento generalizado nos preços, especialmente de alimentos, tem sido uma preocupação central para o governo, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacando o impacto no poder de compra da população.

O Banco Central, por sua vez, prevê que a inflação se mantenha em torno de 5,5% a 5,6% nos primeiros trimestres de 2025, podendo cair para 5,1% até o fim do ano. A meta de inflação para 2025 segue sendo 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Caso os limites da meta sejam ultrapassados por seis meses consecutivos, o Banco Central deverá apresentar um plano de ação para reverter a situação, o que pode ocorrer já em junho deste ano.

Expectativa para 2026

As projeções do Banco Central indicam que, ao final de 2025, há uma probabilidade de 70% de a inflação ultrapassar o teto da meta de 3%. Para 2026, a chance de descumprir a meta é estimada em 28%, o que preocupa tanto autoridades quanto a população.

As altas nos preços de alimentos como o ovo e o café, junto com os aumentos nos combustíveis e serviços, têm sido fatores críticos no cenário econômico e continuam a impactar o custo de vida dos brasileiros.