Dia de Finados: Origem e Diferenças Culturais na Celebração dos Mortos

Dia de Finados: Origem e Diferenças Culturais na Celebração dos Mortos

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Hoje, 2 de novembro, o Brasil e outras partes do mundo se unem na celebração do Dia de Finados, uma data que traz para perto aqueles que partiram, em um ritual de lembrança e amor.

Em cemitérios espalhados pelo país, famílias acendem velas, depositam flores e renovam memórias em homenagem aos entes queridos, resgatando uma tradição que, na Igreja Católica, remonta ao século X. Foi então que o monge beneditino Damião de Cluny, na França, instituiu o dia como um momento de oração pelas almas em purificação, criando uma ponte simbólica entre vivos e mortos que ainda hoje resiste.

Segundo o historiador Felipe Monteiro, o simbolismo da data, marcada um dia após o Dia de Todos os Santos, destaca a conexão entre aqueles que já alcançaram a paz e os que aguardam a chegada ao descanso eterno. “Acender velas e visitar os túmulos são formas de manter viva essa ligação. É como se cada gesto reafirmasse a presença daqueles que amamos”, explica Monteiro.

A data também reflete a pluralidade cultural de como o mundo vê e celebra a morte. No México, o Dia de Los Muertos é uma celebração vibrante, onde o luto dá espaço à alegria, e as casas e altares se enchem de fotos, flores e as comidas favoritas dos falecidos. “Para os mexicanos, morrer é ser esquecido, e o Dia de Los Muertos representa uma reafirmação de que aqueles que amamos jamais nos deixam completamente”, comenta o antropólogo Leonardo Rivera.

Já no Japão, o festival Obon, celebrado em julho ou agosto, transforma a memória dos antepassados em uma tradição de três dias, com lanternas, danças e refeições em homenagem àqueles que viveram antes. Rivera destaca: “Para os japoneses, essa homenagem aos ancestrais representa o ciclo contínuo da vida e a influência daqueles que já se foram na nossa jornada.”

No Brasil, Finados é um dia de saudade, lembranças e um profundo respeito pelas vidas que marcaram as nossas. A antropóloga Maria Braga lembra que, embora seja uma data de luto, também é de celebração pela continuidade da vida. “Finados é uma oportunidade de manter vivos os laços de afeto, reforçando o amor que sobrevive além do tempo e a memória que nunca se apaga”, reflete Braga.

Assim, o Dia de Finados, com suas diferentes formas de celebração, revela como cada cultura enfrenta a perda e valoriza a memória. Essa diversidade mostra que, independentemente das tradições, o que permanece é a conexão com aqueles que amamos, que nunca deixam de ser parte da nossa história.

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