O fechamento da Escola Darci Franke Welk para a instalação do Colégio Militar Feliciano Nunes Pires gerou indignação e mobilização entre os moradores dos bairros São Luis, Tifa Martins e Jaraguá Esquerdo.

Ontem, uma assembleia no auditório da escola reuniu professores, pais, alunos e lideranças locais, que expressaram sua oposição à decisão do governo estadual. A população acusa as autoridades de ignorarem a comunidade no processo de escolha da escola para abrigar o colégio militar.

Entre os presentes, destacaram-se os professores Lilian Bilibio, Edemilton dos Santos e Lucimar Madel, que reiteraram a importância da Escola Darci para a comunidade. "Não é apenas uma escola, é parte da nossa história", afirmou Lilian, também presidente da APP (Associação de Professores).

Eles frisaram que o fechamento obrigará as famílias a buscarem alternativas distantes para o ensino médio de seus filhos.

Críticas e ausências de autoridades

A assembleia também foi marcada por discursos contundentes de autoridades locais. A vereadora Sirley Shappo (NOVO) foi incisiva em sua fala, acusando o governador Jorginho Mello, o deputado estadual Antídio Lunelli e a Polícia Militar de "mentirem para a comunidade" sobre a instalação do colégio militar. "Eu, assim como os moradores, fui enganada. Esse processo foi conduzido de forma autoritária", afirmou Sirley. Suas críticas foram seguidas de forte apoio dos presentes.

O vereador Luis Fernando Almeida (MDB) anunciou que está redigindo uma Moção de Repúdio contra a decisão, argumentando que o fechamento da escola trará prejuízos irreparáveis à comunidade escolar. Ele pediu o apoio dos demais vereadores para aprovação da moção.

A vereadora Nina Santin Camello (PL) também manifestou indignação, reforçando que as famílias serão diretamente impactadas pela perda do colégio. Já o deputado estadual Antídio Lunelli, que havia sido convidado, não compareceu ao encontro, o que gerou ainda mais descontentamento entre os moradores.

Instalação do Colégio Militar: o projeto e as críticas

A instalação do Colégio Militar Feliciano Nunes Pires faz parte de um projeto do governo de Jorginho Mello para expandir o modelo cívico-militar em Santa Catarina. O governo defende que essas escolas, baseadas em disciplina e valores cívicos, melhoram os índices educacionais. Em Jaraguá do Sul, o colégio militar começou a operar nas dependências da Escola Darci, inicialmente com 70 alunos do 6º ano, com planos de expansão.

A comunidade, no entanto, não vê a mudança com bons olhos. Muitos acreditam que a decisão de fechar a Escola Darci Franke Welkdes considera a importância do vínculo construído com o bairro ao longo dos anos.

A assembleia de ontem serviu como um grito de resistência, com os participantes prometendo continuar a mobilização e lutar para reverter a decisão.