Mobilização em Jaraguá do Sul alerta para violência sexual contra crianças e adolescentes

Mobilização em Jaraguá do Sul alerta para violência sexual contra crianças e adolescentes

Data de Publicação: 1 de junho de 2025 19:36:00 Passeata em Jaraguá do Sul chama atenção para o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Mobilização ocorreu neste sábado (31).

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Neste sábado (31), centenas de pessoas se reuniram no centro de Jaraguá do Sul em uma passeata para reforçar a importância da proteção de crianças e adolescentes contra o abuso e a exploração sexual.

A mobilização, foi organizada pela Secretaria de Assistência Social e Habitação (Semash) em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), integra as ações do Maio Laranja e teve como foco conscientizar a população sobre o tema e incentivar denúncias.

A concentração começou por volta das 9h30, em frente ao Museu da Paz, com participantes vestindo camisetas brancas, símbolo de paz e do compromisso coletivo com a causa.

A caminhada seguiu até a Praça Ângelo Piazera, onde ocorreram manifestações artísticas, discursos de autoridades, uma aula aberta de grafite e uma exposição da oficina de moda da Escola SCAR de Criatividade.

Participantes percorrem as ruas centrais de Jaraguá do Sul | Foto: Alison Correa

“É uma violência silenciosa e ainda pouco compreendida”, diz diretora

Em entrevista durante o ato, a diretora de Assistência Social, Euci Cristofolini, destacou a gravidade da situação e a importância de ampliar o debate:

“Estamos aqui para dar visibilidade a uma realidade muito dura. Crianças e adolescentes seguem sendo vítimas de abusos que, muitas vezes, acontecem dentro das próprias casas. É uma violência silenciosa e, em muitos casos, as pessoas sequer sabem como identificar ou denunciar", explicou.

Ela reforçou que, além da caminhada, a equipe da assistência social realizou a distribuição de panfletos com orientações e canais de denúncia.

 

Elci Cristofollini fala à imprensa sobre a importância da mobilização e da informação | Foto: Alison Correa

Ato independente critica projetos de lei em tramitação

Pouco antes do início oficial da caminhada, integrantes dos movimentos Olga Benário, UP, UJR e RUA realizaram um protesto independente, que também foi registrado no local.

Com camiseta manchada simbolicamente de sangue, a militante Flávia Eloá leu uma carta pública denunciando o retrocesso representado pelos projetos PDL 03/2025 e PL 1904/2024.

O documento destacou que tais propostas podem colocar em risco meninas vítimas de estupro e profissionais da saúde que atuam em situações previstas por lei:

“Não é aceitável que, ao invés de ampliar a proteção, o Estado tente restringi-la. Equiparar aborto legal à prática de homicídio é uma violência institucional contra as vítimas”, dizia o texto.

Flávia Eloá lê carta de repúdio durante protesto realizado antes do início da passeata | Foto: Alison Correa 

Caminhada reuniu comunidade e promoveu reflexão

Durante o percurso e nas falas finais na Praça Ângelo Piazera, o público foi convidado a refletir sobre dados alarmantes:

  • 3 crianças são abusadas por hora no Brasil;

  • Mais de 500 mil crianças e adolescentes são exploradas sexualmente por ano;

  • Apenas 7,5% dos casos chegam a ser denunciados.

O evento reuniu representantes de escolas, entidades assistenciais, voluntários e profissionais da rede pública, num esforço conjunto para romper o silêncio e garantir os direitos das crianças e adolescentes.

Encerramento da mobilização na Praça Ângelo Piazera com apresentações culturais e atividades educativas | Foto: Alison Correa
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