Apenas 39% dos homens com mais de 50 anos fizeram exame de próstata, revela pesquisa
Uma pesquisa realizada pelas Sociedades Brasileiras de Urologia do Rio de Janeiro e São Paulo (SBU-RJ e SBU-SP), a pedido da farmacêutica Apsen, revelou que apenas 39% dos homens com mais de 50 anos realizaram exames para avaliar a saúde da próstata no último ano.
O exame de toque retal, essencial para a detecção precoce do câncer de próstata, é desconhecido por 20% dos entrevistados e nunca foi realizado por 36% deles.
O cenário é ainda mais alarmante entre os homens da classe C, onde 40% nunca passaram por qualquer tipo de exame de próstata.
Além disso, a pesquisa apontou um desconhecimento significativo sobre a hiperplasia prostática benigna (HPB) — um aumento benigno da próstata que afeta cerca de metade dos homens acima de 50 anos e pode causar dificuldade para urinar. Apenas 40% dos entrevistados conhecem essa condição, que pode impactar diretamente na qualidade de vida.
A falta de conscientização e o receio de buscar ajuda médica tornam-se ainda mais preocupantes diante de casos como o do senhor Antônio, que descobriu sua HPB somente após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Ele conta que a frequência urinária aumentada, com necessidade de urinar a cada 15 minutos, o levou a procurar um médico, que solicitou o exame de toque retal.
O diagnóstico, embora tardio, permitiu um tratamento eficaz com medicamentos. “Os homens precisam se amar e se cuidar enquanto estão com saúde, porque depois não adianta mais buscar ajuda”, alerta Antônio.
Prevenção ainda é o melhor caminho
Os dados da pesquisa reforçam a necessidade de campanhas educativas voltadas para a saúde masculina, especialmente em grupos com menor acesso à informação e aos serviços de saúde.
A detecção precoce do câncer de próstata e de outras condições, como a HPB, pode fazer toda a diferença no tratamento e na qualidade de vida dos homens. Especialistas recomendam que os homens, a partir dos 50 anos — ou aos 45, caso tenham histórico familiar de câncer de próstata —, façam exames anuais para monitorar sua saúde prostática.
A conscientização sobre a importância do exame de toque retal e outros métodos diagnósticos é fundamental para reduzir as taxas de mortalidade e melhorar a qualidade de vida. "Não se deve esperar pelos sintomas. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de cura", afirma o urologista Eduardo Mendes, da SBU-SP.