“Faz barulho demais”: Maracatu é barrado em Blumenau no Dia Mundial da Criatividade e levanta debate sobre racismo cultural
Data de Publicação: 22 de abril de 2025 05:14:00 Grupo de Maracatu é impedido de se apresentar em Blumenau por "barulho demais" no Dia da Criatividade, e caso levanta debate sobre racismo cultural e seletividade nos espaços públicos
No último dia 21 de abril, data em que o mundo celebra a Criatividade e Inovação, uma proposta de apresentação de Maracatu foi rejeitada no edital de um evento cultural em Blumenau.
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A justificativa: “faz barulho demais”. O grupo sequer chegou a se apresentar — foi barrado na etapa de seleção.
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O fato em si já seria grave. Mas o contexto torna tudo ainda mais simbólico. O evento aconteceu no Parque Ramiro Ruediger, um dos espaços públicos mais conhecidos da cidade, vizinho à Vila Germânica, onde todos os anos acontece a Oktoberfest — maior festa alemã das Américas.
Em outubro, o entorno se enche de bandas, danças, coros e celebrações. Mas em abril, um tambor afro-brasileiro foi considerado “demais”.
A pergunta que ecoa é: demais pra quem?
Maracatu não é barulho. É história. É resistência.
Nascido no século XVIII em Pernambuco, o Maracatu é uma manifestação cultural afro-brasileira que mistura música de tambores, dança, canto e religiosidade. Originado por comunidades negras escravizadas, o ritmo é carregado de simbolismo: cada batuque é memória, cada passo é ancestralidade, cada figurino é história viva.
Silenciar o Maracatu não é uma decisão técnica. É um ato político. É negar a presença negra em espaços de poder, de arte e de expressão.
Quando o critério é o “barulho”, o racismo vira regra não escrita
Esse não é um caso isolado. É parte de um padrão. Enquanto expressões culturais brancas, eurocentradas e coloniais são celebradas como “tradição”, manifestações pretas são vetadas como “incômodas”. Tudo isso sob o véu da neutralidade técnica, do regulamento, do edital.
A cultura preta só é bem-vinda quando é domesticada, controlada ou encaixada em moldes palatáveis. O tambor, quando fala com força e autonomia, incomoda.
A quem pertence o espaço público?
Esse caso nos obriga a olhar para uma questão essencial: quem tem direito de ocupar o espaço público com sua arte, seu corpo, sua história? Quem decide o que é “cultura legítima”? A cidade que se orgulha da Oktoberfest precisa também olhar com seriedade para o que escolhe silenciar nos outros 11 meses do ano.
Não é barulho. É cultura. É Brasil.
O veto ao Maracatu em pleno Dia da Criatividade é sintoma de um país que ainda não aprendeu a valorizar a própria diversidade.
Um país que celebra a inovação, mas tem medo da ancestralidade. Que bate palmas para o tambor no comercial da TV, mas o rejeita na rua.
Enquanto houver silêncio imposto, vai haver resistência. E o Blog do Alison está aqui pra contar essa história com a seriedade e a coragem que ela exige.
Acompanhe os desdobramentos dessa pauta e ajude a amplificar vozes que não vão mais se calar.
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