Novo capítulo de esperança após tragédia na creche de Blumenau

Novo capítulo de esperança após tragédia na creche de Blumenau

Data de Publicação: 16 de dezembro de 2024 14:59:00 Após a tragédia na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, Regina Maia encontra um novo motivo para sorrir com a chegada de sua filha caçula, Luísa Helena. Em meio ao luto pela perda de Larissa, ela compartilha como a gestação trouxe forças para seguir em frente, sem nunca esquecer a saudade.

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A dor de perder um filho é algo indescritível, uma ferida que parece nunca se fechar. Para os pais das vítimas do ataque à creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, ocorrido em 5 de abril de 2023, o luto se estende, imortalizando a saudade de cada criança tirada de suas vidas.

Regina Maia, mãe de Larissa, uma das vítimas fatais, passou por mais de um ano de intenso sofrimento. Mas, em meio à dor, ela e o marido Michel Borges encontraram um novo motivo para sorrir: a chegada de Luísa Helena, sua filha caçula.

Foto: Reprodução redes sociais | Divulgação

Regina descobriu que estava grávida 10 dias após o primeiro aniversário do atentado, em abril de 2024. "Foi uma mistura de emoções. Eu e o Michel sempre sonhamos com essa gravidez, e quando soubemos, sentimos que, de algum modo, a vida estava nos dando uma nova chance", contou Regina.

A descoberta da gravidez foi um momento carregado de sentimentos contraditórios. "Estava com uma amiga quando vi o teste positivo, e ali, entre lágrimas, abraçamo-nos. Foi uma alegria imensa. No dia seguinte, fiz a revelação para o Michel e toda a família se emocionou", lembrou Regina.

Para ela, Luísa representa um novo impulso para continuar. "Ela é um presente de Deus, um sinal de força e esperança. Depois de tanto sofrimento, gerarmos uma nova vida me deu coragem para seguir em frente. Mas, claro, a dor de perder Larissa nunca vai desaparecer", desabafou.

Uma Gestação Marcada pelo Luto

Reproduçaõ redes sociais | Divulgação

A gestação de Luísa não foi fácil. Regina enfrentou um período repleto de emoções contraditórias entre a dor da perda e a alegria do recomeço. "Falaram para eu não chorar, para não passar a tristeza para o bebê, mas não consegui evitar. Eu precisei viver cada sentimento, acolher os momentos de saudade e tristeza. Essa história é a minha e da Luísa, e ela sempre saberá disso", explicou.

O nome de Luísa também carrega um significado profundo. "Luísa era o nome de uma das bonecas favoritas da Larissa, que guardo com muito carinho. E Helena é o nome da minha mãe. Já tínhamos escolhido esse nome antes da gravidez, em homenagem a essas duas figuras tão importantes para nós", contou Regina.

Um Novo Começo, Sem Esquecer o Passado

Embora a chegada de Luísa represente uma nova fase, Regina garante que Larissa estará sempre presente. "Acreditamos que ela continua conosco, em espírito. Temos fotos e objetos dela pela casa, e a mencionamos todos os dias. Isso tem sido essencial para minha cura no luto", disse.

O período que antecedeu a gravidez foi particularmente difícil. "Quando minha filha se foi, senti como se tivesse morrido também. O maior desafio foi me reencontrar e aceitar quem eu sou agora, sem Larissa ao meu lado. A sociedade exige que sigamos em frente, mas, para mim, a dor nunca vai passar", refletiu Regina.

Apesar de toda a dor, ela faz questão de lembrar com carinho dos momentos felizes com Larissa. "Eu sempre vou lembrar dela sorrindo, me abraçando e dizendo o quanto me amava. Tive sete anos maravilhosos com ela, e sou eternamente grata por isso", disse, emocionada.

Justiça e a Impossibilidade de Substituição

Em agosto de 2024, o autor do ataque foi condenado a 220 anos de prisão. Para Regina, o julgamento trouxe um turbilhão de sentimentos. "Ver aquela pessoa diante de mim, alguém que tirou a vida da minha filha e das outras crianças, foi um desafio. Embora a justiça tenha sido feita, nada pode apagar a dor", afirmou.

Ela reconhece que a sentença não traz Larissa de volta. "Embora tenha sentido que um ciclo se fechou, a sensação de impunidade persiste. Nada vai devolver minha filha", disse, com um suspiro de saudade.

Agora, com Luísa nos braços e Larissa no coração, Regina encontra força para seguir em frente. "Sou grata a Deus por me dar essa nova chance de ser mãe. Sempre sonhei que Larissa teria uma irmãzinha, e sei que esse presente veio dela, do céu", concluiu, com um sorriso de gratidão.

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