O Brasil se despede neste domingo (19) de um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro: Léo Batista. Aos 92 anos, o renomado jornalista faleceu no Hospital Rios D'Or, no Rio de Janeiro, onde estava internado em decorrência de um tumor no pâncreas.

Ele foi diagnosticado com o tumor após ser internado em 6 de janeiro, devido a um quadro de desidratação e dor abdominal. A internação na UTI foi necessária, mas, infelizmente, ele não resistiu.

Com uma trajetória de 77 anos dedicados ao jornalismo, Léo Batista foi uma verdadeira lenda da comunicação, especialmente no universo esportivo. Ao longo de sua carreira, marcou época como apresentador e repórter na TV Globo, onde trabalhou por 54 anos e conquistou uma legião de fãs com sua simpatia e versatilidade. Além de ser um ícone da cobertura esportiva, Léo também fez história com a transmissão de eventos como o Carnaval do Rio de Janeiro, ao qual dedicou mais de 40 anos de sua carreira.

A trajetória de Léo Batista

Ícone do jornalismo esportivo brasileiro, Léo Batista deixa um legado de 77 anos de dedicação e paixão pela comunicação

Natural de Cordeirópolis, interior de São Paulo, Léo iniciou sua carreira jornalística aos 15 anos. Com o nome original de João Baptista Bellinaso Neto, ele se destacou em várias rádios até chegar ao Rio de Janeiro em 1952, onde começou a ser chamado de Léo Batista. Seu pseudônimo veio da irmã, Leonilda, e logo ele se consolidou no rádio e na televisão, sendo uma das principais figuras da comunicação carioca.

Em 1970, a TV Globo o convidou para cobrir a Copa do Mundo no México. A experiência foi apenas o começo de uma relação duradoura com a emissora. Léo se tornou o primeiro apresentador de programas como Jornal Hoje (1971), Esporte Espetacular (1973) e Globo Esporte (1978). Ele também foi o primeiro locutor a transmitir surfe e Fórmula 1 na televisão brasileira, marcando momentos inesquecíveis para os telespectadores.

Pioneirismo e legado

Ao longo de sua carreira, Léo Batista não apenas transmitiu grandes eventos, mas também foi pioneiro em diversos segmentos da mídia esportiva. Ele foi o primeiro locutor a anunciar a morte de Getúlio Vargas e também foi parte da cobertura de estreia de ícones como Mané Garrincha. Sua versatilidade e presença de palco lhe garantiram o apelido de “coringa” da Globo, um apelido que reflete sua capacidade de atuar em qualquer área da comunicação com competência e carisma.

Em uma homenagem justa, o Botafogo, clube que sempre amou, nomeou uma de suas cabines de imprensa com seu nome, em reconhecimento ao seu legado no esporte e na comunicação.

Humildade e legado imortal

Apesar de sua enorme importância no jornalismo, Léo Batista sempre demonstrou humildade e um carinho genuíno pelo público. Mesmo após tantos anos de carreira, ele se mostrava aberto às mudanças da mídia e acreditava na evolução constante. "A vida é dinâmica. É preciso evoluir, se adaptar, acompanhar as mudanças na sociedade", dizia ele.

Aos 92 anos, ele continuava ativo, participando de quadros no Globo Esporte e compartilhando sua experiência com as novas gerações. Em uma entrevista de 2020, Léo deixou uma mensagem tocante: "Só morre de verdade quem nunca mais é lembrado. Fico orgulhoso e contente pela sementinha plantada", refletindo sobre a importância de seu legado.

Léo Batista, ou "Seu Léo", como era carinhosamente chamado, deixa um legado imortal para o jornalismo brasileiro, marcado por sua trajetória exemplar, sua voz marcante e seu profundo amor pela profissão. Sua ausência será sentida, mas seu nome jamais será esquecido.