Uma pesquisa conduzida pelo Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, revelou que as mulheres necessitam de cerca de 20 minutos a mais de sono por noite em comparação aos homens.

Essa diferença tem uma explicação científica ligada à maior complexidade das funções cerebrais femininas durante o dia.

Segundo o autor do estudo, Jim Horne, o cérebro das mulheres tende a realizar mais multitarefas, o que significa que ele é utilizado de forma mais intensa e diversificada. O estudo sugere que as mulheres, ao equilibrarem trabalho, família e outras responsabilidades, demandam maior esforço mental, o que resulta em uma necessidade adicional de recuperação por meio do sono.

Como o cérebro feminino trabalha de forma diferente?

O cérebro das mulheres é capaz de alternar entre tarefas simultâneas com mais frequência, utilizando múltiplas áreas do cérebro ao mesmo tempo. Essa capacidade, conhecida como multitarefa, está associada a uma maior atividade cerebral e a um maior uso de energia. De acordo com a pesquisa, isso exige mais tempo de sono para que o cérebro possa se recuperar adequadamente.

Impactos da falta de sono nas mulheres

O estudo também destacou que a privação de sono afeta de forma mais severa as mulheres do que os homens. A falta de descanso adequado foi associada a níveis elevados de estresse, depressão e ansiedade, além de problemas relacionados à saúde cardiovascular.

Mulheres que dormem menos do que o recomendado também têm maior propensão a desenvolver doenças crônicas e transtornos de humor. Esses efeitos são exacerbados pela dificuldade em equilibrar as demandas diárias com a necessidade de descanso, criando um ciclo que pode prejudicar a qualidade de vida.

Diferença hormonal também afeta o sono

Outro ponto levantado por especialistas é que fatores hormonais podem influenciar diretamente o padrão de sono das mulheres. Flutuações hormonais, como as que ocorrem durante o ciclo menstrual, gravidez e menopausa, podem impactar a qualidade do sono. Além disso, os ciclos hormonais afetam os níveis de melatonina e cortisol, que regulam o sono e o estresse, respectivamente.

O que pode ser feito?

Para melhorar a qualidade do sono, as mulheres são encorajadas a adotar rotinas relaxantes antes de dormir, como a prática de meditação, leitura ou banhos quentes. Especialistas também recomendam evitar o uso de aparelhos eletrônicos próximo ao horário de dormir, pois a luz azul pode interferir na produção de melatonina, o hormônio do sono.

A pesquisa alerta para a importância de garantir um descanso adequado, não apenas pela questão do bem-estar mental, mas também pelos benefícios que o sono oferece à saúde física e emocional.